quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

ARY DOS SANTOS






Em 18 de Janeiro de 1984 foi-se embora o poeta José Carlos Ary dos Santos.

No dia 16 de janeiro de 2009 relembrei o poeta, neste blogue.

Hoje, quatro anos depois volto a falar dele, por isso não morreu. Foi embora.

Pode parecer estranho mas foi com Ary dos Santos que começei a gostar de poesia e a procurar outros poetas.

E, a propósito do que estamos a viver...




Soneto do Trabalho

Das prensas dos martelos das bigornas
das foices dos arados das charruas
das alfaias dos cascos e das dornas 
é que nasce a canção que anda nas ruas.

Um povo não é livre em águas mornas
não se abre a liberdade com gazuas
à força do teu braço é que transformas 
as fábricas e as terras que são tuas.

Abre os olhos e vê. Sê vigilante
a reacção não passará diante
do teu punho fechado contra o medo.

Levanta-te meu Povo. Não é tarde.
Agora é que o mar canta e o sol arde
pois quando o povo acorda é sempre cedo.



Que soneto nos ofertaria, hoje, Ary dos Santos? 


2 comentários:

Unknown disse...

O amiga!
Já escrevi um comentário mas perdi-o, imagina!
É bom relembrar os grandes homens e mulheres, os carismáticos deste mundo. É verdade que Ary revelou força e poder nas palavras que escreveu e disse.
Para ele,era impensável não denunciar as situações de subjugação, ou mesmo de escravatura dos mais humildes. Parabéns pela tua lembrança
Graci

Cartas a Si disse...

Ary dos Santos é um dos meus poetas favoritos, identifico-me muito com a sua escrita, com a intensidade de sentimentos que imprime nos seus versos.

É a primeira vez que venho ao seu blogue, mas gostei bastante. Tem uma temática que muito me apraz.